quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Vilão da semana-Augusto Pinochet



Augusto José Ramón Pinochet Ugarte (Valparaíso, 25 de novembro de 1915) é um militar chileno. Nomeado em 1973 comandante do exército chileno, chefiou a junta militar que tomou o poder através do golpe de estado de 11 de setembro de 1973, bombardeando o palácio presidencial com aviões da força aérea, na expectativa de destruí-lo e matar todos os ministros, derrubando assim o presidente Salvador Allende. A 17 de junho de 1974 assumiu formalmente o cargo de Presidente da República. Em 18 de fevereiro de 1988 foi derrotado em plebiscito que rejeitou o prolongamento da sua presidência. Em 1989 foram realizadas as primeiras eleições desde 1970, quando o General Pinochet entregou a presidência a Patrício Aylwin, o vencedor das eleições, em 11 de março de 1990. Passou então a exercer as funções de senador vitalício no Congresso chileno, às quais renunciou em virtude dos problemas de saúde e das diversas acusações de violações aos direitos humanos.

Em 2004 Pinochet passou a ser acusado de manter contas secretas no exterior, a partir de investigações realizadas pelo Senado dos EUA no Banco Riggs. Embora tenha deixado de responder a processos por violações a direitos humanos nos casos "Caravana da Morte" e "Operação Condor", em virtude de sua frágil saúde, Pinochet continua sendo responsabilizado por organizações de defesa das vítimas, que lhe imputam os crimes cometidos pelo regime militar de que era o chefe supremo.

A ditadura militar chilena permitiu o livre ingresso de capital estrangeiro no país, mas a partir de 1982, a queda da produção agricola e industrial decretou a falencia desse modelo econômico. Isto abriu caminho para uma onda de protestos populares, contra a ditadura, que culminou com a campanha do "não" no plebiscito de 1988, que determinaria o "direito" de pinochet concorrer a novo mandamento. O "não" pressionou a ditadura a implementar uma abertura política negociada que conduziu o democrata cristão Alwyn, que tinha apoiado o golpe em 1973, contra o presidente Allende.

Assim, Pinochet, que governou o país com mão de ferro por 17 anos, perdeu o controle quase absoluto que detinha sobre as instituições chilenas e passou a temer eventuais investigações e processos judiciais que pudessem fazê-lo responder por seus atos. Todavia, em julho de 2001, apresentou um atestado de debilidade mental que o salvou de uma possível condenação.

Ainda que protegido pela inimputabilidade, tal fato não impediu o prosseguimento das investigações dos fatos ocorridos durante o período de trevas militares. Então, em julho de 2006, a partir dos depoimentos do general reformado Manuel Contreras, ex-chefe da DINA - a Polícia Secreta do regime militar - e, até então, um dos mais fiéis subordinados do ex-ditador Augusto Pinochet, vieram a tona evidências de que o ditador ficara milionário a partir da fabricação de cocaína em instalações do exército chileno (fatos publicados em ampla matéria do jornal La Nación de domingo 9/jul/2006). O tráfico controlado por Pinochet permitiu que o ditador e seu filho amealhassem grandes quantias de dinheiro distribuídas em bancos ao redor do mundo.

Frase do dia...William Shakespeare



"Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos"

domingo, 25 de janeiro de 2009

Religar e inventar....


Crença e Intolerância
A necessidade de fé não foi absolutamente provocada pelas religiões; foi ela, ao contrário, que as suscitou. As divindades não fazem mais do que fornecer um objecto ao nosso desejo de crer. Desde que ele se desvia das divindades, o homem entrega-se a uma fé qualquer, quimeras políticas, sortilégios ou feitiços. (...) Uma das mais constantes características gerais das crenças é a sua intolerância. Ela é tanto mais intransigente quanto mais forte é a crença. Os homens dominados por uma certeza não podem tolerar aqueles que não a aceitam.

Gustave Le Bon, in 'As Opiniões e as Crenças'

Frase do dia...Tim Maia

"Este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita"

domingo, 18 de janeiro de 2009

Vamos debater idéias?

De que Serve Discutir as Ideologias?
Para compreendermos o homem e as suas necessidades, para o conhecermos naquilo que ele tem de essencial, não precisamos de pôr em confronto as evidências das nossas verdades. Sim, têm razão. Têm todos razão. A lógica demonstra tudo. Tem razão aquele que rejeita que todas as desgraças do mundo recaiam sobre os corcundas. Se declararmos guerra aos corcundas, aprenderemos rapidamente a exaltar-nos. Vingaremos os crimes dos corcundas. E, sem dúvida, também os corcundas cometem crimes.
A fim de tentarmos separar este essencial, é necessário esquecermos por um instante as divisões que, uma vez admitidas, implicam todo um Corão de verdades inabaláveis e o inerente fanatismo. Podemos classificar os homens em homens de direita e em homens de esquerda, em corcundas e não corcundas, em fascistas e em democratas, e estas distinções são incontestáveis.
Mas sabem que a verdade é aquilo que simplifica o mundo, e não aquilo que cria o caos. A verdade é a linguagem que desencadeia o universal.
Newton não «descobriu» uma lei há muito disfarçada de solução de enigma, Newton efectuou uma operação criativa. Instituiu uma linguagem de homem capaz de exprimir simultaneamente a queda da maçã num prado ou a ascensão do sol. A verdade não é o que se demonstra, mas o que se simplifica.
De que serve discutir as ideologias? Se todas se demonstram, também todas se opõem, e semelhantes discussões fazem duvidar da salvação do homem. Ainda que o homem, por todo o lado, à nossa volta, revele as mesmas necessidades.

Antoine de Saint-Exupéry, in 'Terra dos Homens'

Frase do dia... Voltaire

"É melhor correr o risco de salvar um homem culpado do que condenar um inocente "

sábado, 17 de janeiro de 2009

Anarquia!Oi, oi!

Anarquismo

Freqüentemente identificado com a violência indiscriminada e com a negação de todos os valores estabelecidos, o anarquismo, para além dos excessos que possam ter gerado essa caricatura, é no entanto um capítulo de grande importância na história política e social do Ocidente, desde o fim do século XVIII.

Como concepção vital, o anarquismo (do grego ánarkhos, “sem governo”) afirma que tudo o que limita a liberdade do ser humano deve ser suprimido. Como movimento político e social, pretende destruir os freios -- religião, Estado, propriedade privada, lei -- que, segundo suas teorias, se interpõem entre o indivíduo e sua liberdade, para assim possibilitar a construção de uma vida comunitária livre e solidária.

História

O primeiro teórico moderno do anarquismo talvez tenha sido o inglês William Godwin, que em seu ensaio Enquiry Concerning Political Justice (1793; Indagação relativa à justiça política) antecipou muitas das questões ideológicas que tomariam forma anos mais tarde. Outro antecedente do movimento anarquista foi a “conspiração dos iguais”, dirigida por Gracchus Babeuf, pouco depois da revolução francesa. Foi a primeira tentativa de colocar a igualdade real dos cidadãos acima da igualdade política consagrada pela revolução.

O desenvolvimento do anarquismo ao longo da primeira metade do século XIX foi paralelo ao do movimento socialista. Durante muitos anos houve momentos de ação comum entre anarquistas e socialistas, até que os dois campos ideológicos se desvinculassem claramente.

Em 1840, o francês Pierre-Joseph Proudhon publicou Qu'est-ce que la propriété? (Que é a propriedade?), em que aparecia a conhecida frase: “A propriedade é um roubo.” Cinco anos mais tarde, o alemão Max Stirner divulgava Der Einzige und sein Eigentum (O indivíduo e sua propriedade), no qual desenvolvia idéias muito semelhantes às de Proudhon.

Depois da morte deste, em 1865, o principal representante do anarquismo foi o russo Mikhail Bakunin, que integrou o movimento à Associação Internacional de Trabalhadores, ou Primeira Internacional Operária, fundada em 1864. A cisão dessa entidade, no Congresso de Haia de 1872, deixou em mãos anarquistas o controle das organizações de trabalhadores em diversos países: Bélgica, Países Baixos, Reino Unido, Estados Unidos e, especialmente, Espanha e Itália, onde só o advento do fascismo foi capaz de destruir a influência anarquista sobre as massas operárias.

Apesar de um aparente ressurgimento nos últimos anos da década de 1960, o movimento anarquista, como organização de massas, não sobreviveu à Segunda Guerra Mundial. Porém muitas de suas teses, como a de que o Estado se interpõe entre o ser humano e sua realização pessoal, chegaram a tornar-se triviais entre numerosos pensadores de todo o mundo.

Ideologia anarquista

Segundo o anarquismo, todos os tipos de autoridade -- política, religiosa etc. -- são contrários à liberdade individual e devem por isso ser repelidos e eliminados. Um contrato individual livremente aceito pelos homens asseguraria a justiça e a ordem. Dessa forma, uma infinidade de contratos livremente consentidos geraria um sistema em equilíbrio dinâmico, um sistema federal, em que a solidariedade seria muito superior à obtida nos sistemas baseados na autoridade e na coerção.

Denúncia da falsa democracia

O Estado moderno -- afirma o anarquismo -- encontra sua legitimação na ficção democrática do sufrágio universal, que consiste em atribuir a cada cidadão o direito de um voto. Isso cria a ilusão de que o povo governa a si mesmo, quando, na verdade, as múltiplas manipulações do sistema levam à preservação da desigualdade entre ricos e pobres, entre poderosos e usurpados, apesar das aparências de igualdade jurídica. Por isso, o militante anarquista sempre se absteve de votar nas eleições, em cujas virtudes não crê.

Propriedade, liberdade, solidariedade

No início, alguns pensadores anarquistas consideravam a propriedade privada indispensável à liberdade do indivíduo. Mas na evolução das idéias anarquistas chegou um momento, no fim do século XIX, em que triunfou a concepção oposta, sustentada pelo russo Piotr Kropotkin. Segundo ele, a supressão do Estado e das instituições opressoras do homem acarretaria também o desaparecimento das desigualdades e o nascimento de uma sociedade nova, na qual -- de acordo com o princípio de Marx -- cada um daria segundo suas capacidades e receberia segundo suas necessidades. Portanto, a liberdade e a solidariedade constituem dois aspectos inseparáveis do mesmo fenômeno humano. São as duas faces de uma mesma moeda e uma não pode existir sem a outra. Na segunda metade do século XX, contudo, houve um renascimento ideológico do anarquismo libertário, que defendia a propriedade privada, em autores como o americano Robert Nozick.

Aperfeiçoamento individual

Os anarquistas têm uma ética muito característica. A convicção de que a sociedade não vai melhorar por ação do Estado ou de qualquer outra instituição, e de que na consecução da nova sociedade cabe ao indivíduo um papel primordial, tem como resultado a formação de um forte sentido moral, de um permanente esforço de superação de si mesmo. Não foi por acaso que os movimentos anarquistas do começo do século XX se fizeram acompanhar da criação de ateneus, sociedades culturais e todo tipo de iniciativa para o aperfeiçoamento intelectual dos indivíduos.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Libertas Quae Sera Tamem


Enquanto os Homens Morrerem, a Liberdade não Perecerá
Queremos todos ajudar-nos uns aos outros. Os seres humanos são assim. Queremos viver a felicidade dos outros e não a sua infelicidade. Não queremos odiar nem desprezar ninguém. Neste mundo há lugar para toda a gente. E a boa terra é rica e pode prover às necessidades de todos.
O caminho da vida pode ser livre e belo, mas desviámo-nos do caminho. A cupidez envenenou a alma humana, ergueu no mundo barreiras de ódio, fez-nos marchar a passo de ganso para a desgraça e a carnificina. Descobrimos a velocidade, mas prendemo-nos demasiado a ela. A máquina que produz a abundância empobreceu-nos. A nossa ciência tornou-nos cínicos; a nossa inteligência, cruéis e impiedosos. Pensamos de mais e sentimos de menos. Precisamos mais de humanidade que de máquinas. Se temos necessidade de inteligência, temos ainda mais necessidade de bondade e doçura. Sem estas qualidades, a vida será violenta e tudo estará perdido.
O avião e a rádio aproximaram-nos. A própria natureza destes inventos é um apelo à fraternidade universal, à união de todos. Neste momento, a minha voz alcança milhões de pessoas através do mundo, milhões de homens sem esperança, de mulheres, de crianças, vítimas dum sistema que leva os homens a torturar e a prender pessoas inocentes. Àqueles que podem ouvir-me, digo: Não desesperem. A desgraça que nos oprime não provém senão da cupidez, do azedume dos homens que têm receio de ver a humanidade progredir. O ódio dos homens há-de passar, e os ditadores morrem, e o poder que tiraram ao povo, o povo retomá-lo-à. Enquanto os homens morrerem, a liberdade não perecerá.

Charles Chaplin, in 'Discurso final de «O Grande Ditador»'

Quer pagar quanto?


O Preço da Riqueza
Não invejemos a certa espécie de gente as suas grandes riquezas: eles as têm à custa de um ónus que não nos daria bom cómodo. Estragaram o seu repouso, a sua saúde, a sua felicidade e a sua consciência, para as conseguir: isso é caro demais, e não há nada a ganhar por esse preço.
Quando se é novo, muitas vezes é-se pobre: ou ainda não se fez aquisições, ou as heranças ainda não vieram. A gente torna-se rico e velho ao mesmo tempo; tão raro é poderem os homens reunir todas as vantagens!
E se isso acontece a alguns, não há que invejá-los: eles têm a perder com a morte o bastante para serem lamentados. É preciso trinta anos para pensar na fortuna; aos cinquenta está feita; contrói-se na velhice e morre-se quando ainda se está às voltas com pintores e vidraceiros. Qual o fruto de uma grande fortuna, se não gozar a vaidade, indústria, trabalho e esforço dos que vieram antes de nós, e trabalharmos nós mesmos, plantando, construindo, adquirindo, para a posteridade?
Em todas as condições, o pobre está mais próximo do homem de bem, e o opulento não está longe da ladroeira. A capacidade e a habilidade não levam a grandes riquezas.

Jean de La Bruyére, in 'Os Caracteres'

Frase do dia...Isaac Asimov

"Se o conhecimento pode criar problemas, não será através da ignorância que os resolveremos"

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A vida necessita de amizade


Sem Amigos Ninguém Escolheria Viver
Sem amigos ninguém escolheria viver, mesmo que possuísse todos os demais bens; considera-se que até os homens ricos e aqueles que ocupam altos cargos e posições de autoridade precisam de amigos, ainda mais que todos, pois qual é a utilidade de tal prosperidade sem a oportunidade da beneficiência, exercida principalmente, e do modo mais louvável, em relação aos amigos? (...) Porém a amizade não é apenas útil, ela também é nobre; pois elogiamos aqueles que amam os seus amigos e ter muitos amigos é considerado algo valioso; pensamos que são as mesmas pessoas que são homens bons e são amigos.

Aristóteles, in 'Ètica a Nicómaco'

Frase do dia... V de Vingança


V
“O povo não deve temer o governo, o governo é que deve temer o povo"

Ideologia ,eu quero uma pra viver!


Fascismo
O fascismo é uma doutrina totalitária desenvolvida por Benito Mussolini na Itália, a partir de 1919, durante seu governo (19221943 e 19431945). Fascismo deriva de fascio, nome de grupos políticos ou de militância que surgiram na Itália entre fins do século XIX e começo do século XX; mas também de fasces, que nos tempos do Império Romano era um símbolo dos magistrados: um machado cujo cabo era rodeado de varas, simbolizando o poder do Estado e a unidade do povo. Os fascistas italianos também ficaram conhecidos pela expressão camisas negras, em virtude do uniforme que utilizavam.


Definição


O fascismo é uma doutrina e uma prática política estadista e coletivista, opondo-se aos diversos liberalismos, socialismos e democracias.

A palavra fascismo adquiriu o significado de qualquer sistema de governo que, de maneira semelhante ao de Benito Mussolini, exalta o Estado e usa modernas técnicas de propaganda e censura para suprimir a oposição política, fazendo uma severa arregimentação econômica, social e cultural, sustentando-se no nacionalismo e por vezes na xenofobia (nacionalismo étnico), privilegiando os nascidos no próprio país, apresentando uma certa apatia ou indiferença para com os imigrantes.

Benito Mussolini, jornalista e agitador político socialista italiano, fundou o partido fascista, originário de um movimento paramilitar que ele mesmo criara para combater as agitações e as greves organizadas por outros socialistas e movimentos de esquerda. O 'Fascio di Combattimento', ou Esquadra de Combate, que deu origem ao fascismo, buscou seu nome na expressão 'fascio', que significa feixe de varas. O feixe de varas, simbolizando união e força, vem do latim 'fesce', um feixe de varas que, junto com uma machadinha, era levado pelo 'litor', uma espécie de oficial de justiça que, na Roma antiga, seguia os magistrados para executar as decisões da justiça, com poderes para coagir, incluindo a aplicação de castigos físicos.

O Fascismo italiano assumiu que a natureza do Estado é superior à soma dos indivíduos que o compõem e que eles existem para o Estado, em vez de o Estado existir para os servir. Todos os assuntos dos indivíduos são assuntos do Estado.

Traço característico do Fascismo foi o Corporativismo de Estado, realizado através de um Partido Único e de Sindicatos Nacionais subordinados ao Estado. No seu modelo corporativista de gestão totalitária, as várias funções do Estado podiam ser desempenhadas por entidades particulares, sem que fossem nacionalizadas, mas cabia ao Estado planear e inspeccionar a sua acção. A actividade privada era deste modo empregue pelo Estado, o qual podia decidir suspender a suas actividades se não actuasse de acordo com as instruções e os planos superiormente estabelecidos. É o Estado quem define a utilidade e a direcção de todas as actividades da Nação, seja no campo político, económico, social ou cultural.

O fascismo surgiu em tempo de crise, nas dificuldades económicas e sociais do primeiro pós-guerra, e na depressão dos anos 30, quando as elites políticas se mostravam incapazes de integrar as massas através da fórmula democrática parlamentar ou quando existia um crescimento socialista ou comunista paralelo assustando as classes médias.

A composição social dos movimentos fascistas foi historicamente a de pequenos negociantes, burocratas de nível baixo e as classes médias. O Fascismo também encontrou sucesso nas áreas rurais, especialmente entre agricultores, e na cidade entre as classes trabalhadoras. Um aspecto importante do fascismo é que ele usa os seus movimentos de massa para atacar as organizações que se reivindicam das classes trabalhadoras - partidos operários e sindicatos.

O líder fascista foi em regra um actor exagerado, procurando seduzir as massas populares para o seu papel messiânico.




Vilão da Semana-Tomás de Torquemada


Tomás de Torquemada

Tomás de Torquemada (Valladolid, 1420 Ávila, 16 de setembro de 1498) foi o inquisidor-geral dos reinos de Castela e Aragão no século XV por nomeação do papa Sixto IV em 1483 e confessor da rainhaIsabel a Católica.

Ainda jovem, tornou-se frade dominicano no Convento de São Paulo em sua cidade natal. Em 1452 foi eleito prior do Convento de Santa Cruz, em Segóvia.

Era sobrinho do cardeal Juan de Torquemada, igualmente dominicano.

Mais do que quaisquer outros, dois homens que chegaram ao auge do poder no fim do século XV - o Inquisidor Geral Tomás de Torquemada e o tirano de Florença Girolamo Savonarola - simbolizam a face intolerante da história da Igreja Católica. Com eles, as fogueiras estiveram sempre acesas, para desespero de judeus, mouros e hereges.


Personalidade da Semana- Antônio Gramsci

Antônio Gramsci

Nascido no norte da ilha mediterrânea da Sardenha, numa aldeia denominada Vila Cisper. Era o quarto dos sete filhos de Francesco Gramsci, que sofria por dificuldades financeiras e problemas com a polícia. Sua família passou por diversos municípios da Sardenha até finalmente instalar-se em Ghilarza.

Tendo sido um estudante brilhante, Gramsci venceu um prêmio que lhe permitiu estudarliteratura na Universidade de Turim. A cidade de Turim, à época, passava por um rápido processo de industrialização, com as fábricas da Fiat e Lancia recrutando trabalhadores de várias regiões mais pobres. Os sindicatos se fortaleceram e começaram a surgir conflitos sociais-trabalhistas. Gramsci frequentou círculos socialistas e associou-se com emigrantes sardos.

Sua situação financeira, no entanto, não era boa. Suas dificuldades certamente moldaram sua visão do mundo e tiveram peso na sua decisão de filiar-se ao Partido Socialista Italiano.

Gramsci, em Turim, tornou-se um notável jornalista. Seus escritos eram basicamente publicados em jornais progressistas como Avanti (órgão oficial do Partido Socialista). Sua prosa brilhante e suas argutas observações lhe proporcionaram fama.

Sendo um escritor articulado de teoria política, Gramsci produziu muito como editor de diversos jornais socialistas na Itália. Entre estes, ele fundou juntamente com Palmiro Togliattiem 1919 L'Ordine Nuovo, e contribuiu para La Città Futura.

O grupo que se reuniu em torno de L'Ordine Nuovo aliou-se com Amadeo Bordiga e a ampla facção Comunista Abstencionista dentro do Partido Socialista. Isto levou à organização doPartido Comunista Italiano (PCI) em 21 de janeiro de 1921. Gramsci viria a ser um dos líderes do partido desde sua fundação, porém sobordinado a Bordiga até que este perdeu a liderança em 1924. As teses de Gramsci foram adotadas pelo PCI no congresso que o partido realizou em 1926.

Em 1922 Gramsci foi à Rússia representando o partido, e lá conheceu sua esposa, Giulia Schucht, uma jovem violinista com a qual teve dois filhos.

Esta missão na Rússia coincidiu com o advento do fascismo na Itália, e Gramsci - que a princípio havia considerado o fascismo apenas como uma forma a mais de reação burguesa - retornou com instruções da Internacional no sentido de incentivar a união dos partidos de esquerda contra o fascismo. Uma frente deste tipo teria idealmente o PCI como centro, o que permitiria aos comunistas influenciarem - e eventualmente conseguirem a hegemonia - das forças de esquerda, até então centradas em torno do Partido Socialista Italiano, que tinha uma certa tradição na Itália, enquanto o Partido Comunista parecia relativamente jovem e radical. Esta proposta encontrou resistências quanto a sua implementação, inclusive dos comunistas, que acreditavam que a Frente Única colocaria o jovem PCI numa posição subordinada ao PSI, do qual havia-se desligado. Outros, inversamente, acreditavam que uma coalizão capitaneada pelos comunistas acabasse ficando distante dos termos predominantes do debate político, o que levaria ao risco do isolamento da Esquerda.

Em 1924, Gramsci foi eleito deputado pelo Veneto. Ele começou a organizar o lançamento do jornal oficial do partido, denominado L'Unità, vivendo em Roma enquanto sua família permanecia em Moscou.

Em 1926, as manobras de Stalin dentro do Partido Bolchevique levaram Gramsci a escrever uma carta ao Komintern, na qual ele deplorava os erros políticos da oposição de Esquerda (dirigida por Trótski eZinoviev) no Partido Comunista Russo, porém apelava ao grupo dirigente de Stalin para que não expulsasse os opositores do Partido. Togliatti, que estava em Moscou como representante do PCI, recebeu a carta e a abriu, leu e decidiu não entregá-la ao destinatário. Este fato deu início a um complicado conflito entre Gramsci e Togliatti que nunca chegou a ser completamente resolvido. Togliatti, posteriormente, faria muito para divulgar a obra de Gramsci após sua morte, mas evitou cuidadosamente qualquer menção às suas simpatias por Trotsky.

Em 8 de novembro de 1926, a polícia fascista prendeu Gramsci (apesar de sua imunidade parlamentare o levou a prisão romana Regina Coeli. Foi condenado a 5 anos de confinamento (na remota ilha deUstica); no ano seguinte ele foi condenado a vinte anos de prisão (em Turi, próximo de Bari, naApúlia). Sua saúde, que nunca tinha sido excepcional, neste momento começava a declinar sensivelmente. Em 1932, um projeto para a troca de prisioneiros políticos ente Itália e União Soviética, que poderia dar a liberdade à Gramsci, falhou. Em 1934 sua saúde estava seriamente abalada e ele recebeu a liberdade condicional, após ter passado por alguns hospitais em CivitavecchiaFormia eRoma. Gramsci faleceu aos 46 anos, pouco tempo depois de ter sido libertado.


quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Frase do dia... Ivan Turgueniev

"A felicidade é como a saúde: se não sentes a falta dela, significa que ela existe"

Frase do dia...Jean Jacques Rousseau



"Prefiro ser um homem de paradoxos que um homem de preconceitos "

O mestre Victor Hugo exalta as mulheres ou as menospreza?!

O Homem e a Mulher
O homem é a mais elevada das criaturas.
A mulher, o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono; para a mulher fez um altar.
O trono exalta e o altar santifica.
O homem é o cérebro; a mulher, o coração. O cérebro produz a luz; o coração produz amor. A luz fecunda; o amor ressuscita.
O homem é o génio; a mulher é o anjo. O génio é imensurável; o anjo é indefenível;
A aspiração do homem é a suprema glória; a aspiração da mulher é a virtude extrema; A glória promove a grandeza e a virtude, a divindade.
O homem tem a supremacia; a mulher, a preferência. A supremacia significa a força; a preferência representa o direito.
O homem é forte pela razão; a mulher, invencível pelas lágrimas.
A razão convence e as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher, de todos os martírios. O heroísmo enobrece e o martírio purifica.
O homem pensa e a mulher sonha. Pensar é ter uma larva no cérebro; sonhar é ter na fronte uma auréola.
O homem é a águia que voa; a mulher, o rouxinol que canta. Voar é dominar o espaço e cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra; a mulher, onde começa o céu.

Victor Hugo


Nietzche abre o verbo...

Aparentes Fazedores do Tempo na Política
Tal como o povo, perante quem seja entendido no tempo e o preveja com um dia de antecedência, admite tacitamente que ele faz o tempo, assim também mesmo pessoas cultas e doutas, recorrendo a uma fé supersticiosa, atribuem aos grandes estadistas todas as alterações e conjunturas importantes que se deram durante o seu governo, como se estas fossem a sua obra mais pessoal, quando é simplesmente visível que aqueles souberam alguma coisa do assunto mais cedo do que outros e fizeram o seu cálculo em conformidade: portanto, são também tomados por fazedores do tempo... e essa crença não é o mais insignificante instrumento do seu poder. 

Friedrich Nietzsche, in 'Humano, Demasiado Humano'