Augusto José Ramón Pinochet Ugarte (Valparaíso, 25 de novembro de 1915) é um militar chileno. Nomeado em 1973 comandante do exército chileno, chefiou a junta militar que tomou o poder através do golpe de estado de 11 de setembro de 1973, bombardeando o palácio presidencial com aviões da força aérea, na expectativa de destruí-lo e matar todos os ministros, derrubando assim o presidente Salvador Allende. A 17 de junho de 1974 assumiu formalmente o cargo de Presidente da República. Em 18 de fevereiro de 1988 foi derrotado em plebiscito que rejeitou o prolongamento da sua presidência. Em 1989 foram realizadas as primeiras eleições desde 1970, quando o General Pinochet entregou a presidência a Patrício Aylwin, o vencedor das eleições, em 11 de março de 1990. Passou então a exercer as funções de senador vitalício no Congresso chileno, às quais renunciou em virtude dos problemas de saúde e das diversas acusações de violações aos direitos humanos.
Em 2004 Pinochet passou a ser acusado de manter contas secretas no exterior, a partir de investigações realizadas pelo Senado dos EUA no Banco Riggs. Embora tenha deixado de responder a processos por violações a direitos humanos nos casos "Caravana da Morte" e "Operação Condor", em virtude de sua frágil saúde, Pinochet continua sendo responsabilizado por organizações de defesa das vítimas, que lhe imputam os crimes cometidos pelo regime militar de que era o chefe supremo.
A ditadura militar chilena permitiu o livre ingresso de capital estrangeiro no país, mas a partir de 1982, a queda da produção agricola e industrial decretou a falencia desse modelo econômico. Isto abriu caminho para uma onda de protestos populares, contra a ditadura, que culminou com a campanha do "não" no plebiscito de 1988, que determinaria o "direito" de pinochet concorrer a novo mandamento. O "não" pressionou a ditadura a implementar uma abertura política negociada que conduziu o democrata cristão Alwyn, que tinha apoiado o golpe em 1973, contra o presidente Allende.
Assim, Pinochet, que governou o país com mão de ferro por 17 anos, perdeu o controle quase absoluto que detinha sobre as instituições chilenas e passou a temer eventuais investigações e processos judiciais que pudessem fazê-lo responder por seus atos. Todavia, em julho de 2001, apresentou um atestado de debilidade mental que o salvou de uma possível condenação.
Ainda que protegido pela inimputabilidade, tal fato não impediu o prosseguimento das investigações dos fatos ocorridos durante o período de trevas militares. Então, em julho de 2006, a partir dos depoimentos do general reformado Manuel Contreras, ex-chefe da DINA - a Polícia Secreta do regime militar - e, até então, um dos mais fiéis subordinados do ex-ditador Augusto Pinochet, vieram a tona evidências de que o ditador ficara milionário a partir da fabricação de cocaína em instalações do exército chileno (fatos publicados em ampla matéria do jornal La Nación de domingo 9/jul/2006). O tráfico controlado por Pinochet permitiu que o ditador e seu filho amealhassem grandes quantias de dinheiro distribuídas em bancos ao redor do mundo.