terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Quem não gosta de samba boa gente não é!
Filosofia
Noel Rosa
Composição: Noel Rosa
O mundo me condena, e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome
Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim
Não me incomodo que você me diga
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo
Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro, mas não compra alegria
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Amar é...
É crer que toda mentira existe
Tendo uma dor agonizante que ao corpo paraliza
Sentir prazer com tal dor
E ainda assim negar a morfina
É procurar em outrem
O que está em si
E ainda assim conseguir encontrá-lo
Perceber que o movimento de rotação e translação da terra em nada influencia o universo
Quando o mundo gira ao redor de quem se ama
É viver no absurdo e ter uma razão para existir
Sentir que toda felicidade reside em um simples gesto de carinho
Amar é...
Ser mentalmente retardado
Perigosamente insano
Patologicamente doente
É revogar tudo isso que eu escrevi com um sorriso
Amar é um vício que nos torna virtuosos
É fazer você sorrir com esta poesia
Para o amor, simplesmente, não se necessita buscar um sentido
O que importa é apenas sentí-lo
Felippe Freitas em um momento pós Lapa
terça-feira, 30 de novembro de 2010
O Cavalo do Alemão
Vide o mapa acima teremos o esquema da ocupação do Estado. A máquina repressora que garante os direitos da classe econômica dominante, necessitada de segurança da classe marginalizada que começa a se organizar e solicitar seus direitos essa classe se vê na necessitade de proteger-se e garantir que não terá sua propriedade e vida ameaçadas. A ocupação em tais localidades estão na zona central e sul principalmente, quando o domínio na zona oeste pobre e carente por grupos milícianos dão uma maior necessidade a tal ocupação, mas não é isso que o Estado quer...
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Semelhanças...Não são mera coincidência!
Nas assembleias proporcionalmente eleitas os governos têm geralmente de confiar numa maioria compósita. Têm de comprar o apoio de pequenos grupos com uma distribuição de favores mais ou menos corrupta, e como nunca conseguem dar o suficiente ficam sujeitos a ser derrotados em qualquer altura. A representação proporcional em itália conduziu ao fascismo através da anarquia. Causou grandes dificuldades práticas na Bélgica, e agora ameaça fazer o mesmo na Irlanda. Encontram-se governos democráticos estáveis em países onde as minorias, por muito grandes que sejam, não estão representadas, e onde nenhum candidato que não pertença a um dos grandes partidos terá a mais leve possibilidade de ser eleito. Os parlamentos em tais países não são de modo nenhum representativos do povo. São totalmente não democráticos. Mas possuem um grande mérito, que compensa todos os seus defeitos: podem formar governos suficientemente fortes para governar. Aldous Huxley, in "Sobre a Democracia e Outros Estudos"
Frase do dia...Richard Dawkins
domingo, 25 de abril de 2010
O Ser Humano e o Bom Samaritano
Henry Miller, in "O Mundo do Sexo"
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Do imaginário para o prático resta deixar de ser estático...
Vida Real e Actividade Intelectual
O que, em última instância, importa para o nosso bem-estar é aquilo que preenche e ocupa a consciência. No geral, toda a ocupação puramente intelectual proporcionará, ao espírito capaz de a executar, muito mais do que a vida real com as suas alternâncias constantes entre sucesso e fracasso, acompanhados de abalos e tormentos. Decerto, no entanto, para tal ocupação já são exigidas disposições intelectuais preponderantes. Além disso, deve-se observar que, assim como a vida activa voltada para o exterior nos distrai e desvia dos estudos, retirando do espírito a tranquilidade e a concentração necessárias, a ocupação espiritual incessante também nos torna mais ou menos inaptos para as agitações e tumultos da vida real. Dessa maneira, é aconselhável suspender inteiramente tal ocupação por algum tempo, quando surgirem circunstâncias que exijam de algum modo uma actividade prática e enérgica.
Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Hipócritas amem-se!
Assim, quando só descobrem imperfeições e vícios que nós com efeito temos, é visível que não nos prejudicam, visto que não são eles a causa dessas imperfeições, e que nos fazem um benefício, por nos ajudarem a libertar-nos de um mal, que é a ignorância das imperfeições. Não nos devemos zangar porque as conheçam, e porque nos menosprezem: sendo justo que nos conheçam pelo que somos, e que nos desprezem se somos desprezíveis.
Eis os sentimentos que nasceriam de um coração cheio de rectidão e de justiça. Que devemos portanto dizer do nosso, quando nele encontrarmos uma disposição completamente contrária? Pois não será verdade que odiamos a verdade e aqueles que no-la dizem, e que gostamos que se enganem com vantagem para nós e que queremos ser estimados por eles por sermos diferentes daquilo que com efeito somos?
(...) A vida humana é apenas uma ilusão perpétua; o que fazemos é enganar-nos e iludir-nos mutuamente. Ninguém fala de nós na nossa presença como na nossa ausência. A união que existe entre os homens é fundada sobre este mútuo embuste; e poucas amizades subsistiriam se cada um soubesse o que o seu amigo diz dele quando não está presente, ainda que ele fale então sinceramente e sem paixão.
O homem é apenas disfarce, engano e hipocrisia em si mesmo e para com os outros. Não quer que lhe digam a verdade e evita dizê-la aos outros; e todas estas disposições tão afastadas da justiça e da razão têm uma raiz natural no seu coração.
Blaise Pascal, in "Pensamentos"
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Tá todo mundo louco oba!!!
Os Loucos
Há vários tipos de louco.
O hitleriano, que barafusta.
O solícito, que dirige o trânsito.
O maníaco fala-só.
O idiota que se baba,
explicado pelo psiquiatra gago.
O legatário de outros,
o que nos governa.
O depressivo que salva
o mundo. Aqueles que o destroem.
E há sempre um
(o mais intratável) que não desiste
e escreve versos.
Não gosto destes loucos.
(Torturados pela escuridão, pela morte?)
Gosto desta velha senhora
que ri, manso, pela rua, de felicidade.
António Osório, in 'A Ignorância da Morte'