quarta-feira, 27 de maio de 2009
Ações e Reações
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Texto do dia... Getúlio Vargas
Não me acusam , insultam ; não me combatem , caluniam-me ; não me dão o direito de defesa . Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação para , para que eu continue a defender como sempre defendi o povo e principalmente os humildes .Sigo o destino que me é imposto.Depois de decênios de esfoliações de grupos econômico-financeiros internacionais , fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei um regime de liberdade social . Tive que renunciar . Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalhador . A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso . Contra a justiça da revisão do salário mí
nimo se desencadearam os ódios . Quis criar a liberdade na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e mal começa esta a funcionar a onda de agitação se avoluma . A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero . Não querem que o povo seja independente. Assumi o governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho . Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até quinhentos por cento ao ano . Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de cem milhões de dólares por ano. Veio a crise do café , valorizou-se o nosso principal produto . Tentamos defender o seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia , hora a hora , resistindo a uma agressão constante , incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo para defender o povo que agora se queda desamparado . Nada mais posso dar a não ser o meu sangue . Se as aves de rapina querem o sangue de alguém , querem continuar sugar o povo brasileiro , eu ofereço em holocausto a minha vida . Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quamdo a fome bater à vossa porta , sentireis em vosso peito a energia para a luta , por vós e por vossos filhos . Quando vos vilipendiarem , sentireis no meu pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu sangue será a vossa bandeira de luta . Cada gota do meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência . Ao ódio respondo com o meu perdão. Aos que pensam que me derrotam , respondo com a minha vitória . Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna . Mas esse povo de quem fui escravo , não será mais escravo de ninguém . Meu sacrifício ficará para sempre em sua alme e meu sangue será o preço de seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo . Tenho lutado de peito aberto . O ódio , as infâmias , a calúnia , não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida . Agora ofereço a minha morte . Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da Eternidade e saio da vida para entrar na história .
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Seja o Super homem!!
O Übermensch | |
por Vitor Coelho
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Seguindo o rastro dos comentários sobre o Superman, eu decidi pesquisar um pouco sua origem, induzido pela curiosidade em entender a antítese gerada pela criação de Jerry Siegel e Joe Shuster, dois judeus, e o conceito de Übermensch do prussianoNietzche, que comentam por aí, foi influenciador direto da campanha pela pureza da raça ariana do nazismo.
Colocando de lado valores políticos e ideológicos, o que conta aqui é o valor filosófico do Übermensch. Nietzche diz haver uma maneira de se atingir um estado de perfeição humana, ou pelo menos buscá-lo, física e mentalmente. “O que é bom?”, perguntava ele, e o próprio respondia: tudo que aumenta no homem a sensação e a vontade de poder. O livro “O Anti Cristo”, base para nossa pesquisa, é assim chamado porque Nietzche vê no cristianismo a contrariedade do que acredita, ou seja, ele condena o contentamento, a compaixão e a humildade. Mas vamos dar um salto nisso tudo e cair direto no ponto que nos interessa.
De acordo com o filósofo prussiano, a humanidade parou de evoluir quando começamos a adotar conceitos como compaixão, que não nos deixam permitir que tombem os mais fracos para que os mais fortes se elevem. Nietzche acusa o cristianismo de ter gerado uma cultura de “mal” que impede o progresso e aevolução humana. De acordo com ele, o poder é o destino do homem, e a busca por ser o mais forte é natural e respeitável. Esse conceito de “maldade” criado pelo cristianismo acaba por estigmatizar essa busca de evolução, usando a culpa como instrumento de controle.
E a evolução está exatamente nesse entender, nessa cadeia de raciocínio: de que é preciso negar a questão moral, pois ela fere os instintos do homem. Compaixão é, em suas palavras, depressora, pois contraria a lei da evolução, impedindo assim a seleção natural. Logo, alguém que compreenda sua ideologia, que entenda a necessidade da seleção dos mais aptos, da necessidade de crescer a todo custo, que saiba que são necessários sacrifícios da espécie para que a raça humana caminhe para a perfeição, esse alguém seria um Ubermensch em seu meio, ou em nossas palavras, seria um super-homem.
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Independente de estar certo ou errado, Nietzche cria o conceito do super-homem, no qual algumas fontes indicam que Siegel e Shuster se basearam ao criar o azulão. Tomando Clark Kentcomo fonte de estudo, além da perfeição física e intelectual, o que mais ele tem do super-homem de Nietzche?
Na verdade, nada, já que, apesar de criado por judeus, está mais ligado aos conceitos cristãos que o filósofo abominava, como a compaixão, a humildade e a culpa. Se por um lado ele é a defesa dos ideais filosóficos, comprovada pela descrição de Kryptoncomo sendo um planeta de homens que atingiram a perfeição, por outro ele é a resposta moral a esses mesmos ideais.
É então que descubro que em seus primeiros esboços o Super-Homem era um governante poderoso que dominava com mão de ferro seus súditos. Este Super-Homem tinha um detalhe digno de nota: era careca.
Claro que o Super-Homem do inicio não era esse de hoje, como podem ver na excelente matéria do Márcio Teixeira aqui no Fanboy, mas mesmo que tenhamos um Super-Homem déspota, ele não se enquadra em Nietzche por um motivo: ele não busca a evolução, já que ele é o ponto finalda evolução, e não o caminho que leva a ela. Siegel e Shuster não criaram um Super-Homem tão forte quanto o de hoje, mas aquele já era um homem com seu potencial atingido. Lembremos que, apesar de ser uma ficção, seus poderes eram “plausíveis”, como se fossem evoluídos das capacidades humanas: salto, resistência à dor, força, velocidade... Todas capacidades humanas, apenas evoluídas. Portanto, ele era já o objeto final da evolução.
Sendo assim, vamos estabelecer alguns pontos:
Ponto 1: essa qualidade de ser o objeto final impede o homem de fazer seu próprio caminho. Da mesma maneira que o cristianismo ditava o futuro do homem com seus objetivos, o Super-Homem marca o ponto máximo onde se pode chegar, e isso é uma ofensa grave ao ideal filosófico.
Ponto 2: o Super-Homem está lá para impedir que a humanidade sofra com seus problemas. Ele salva crianças e velhos, pára trens desgovernados, impede a queda de aviões, chuvas de meteoros destruidores, seres de outros planetas, guerras, etc, etc... E impede com isso que a humanidade aprenda com seus erros e problemas. Sua compaixão refreia a evolução humana, como Nietzche previa e proclamava. Se alguém realmente acredita nisso como o filósofo acreditava, ficaria furioso. Você está anotando, certo?
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Ponto 3: ser o super-homem filosófico em pessoa, tendo atingido a perfeição e não seguir os preceitos filosóficos do mesmo é no mínimo incoerente. Da mesma forma que alguns neo-nazistas acusam Hitler de tolerância, um homem com a fé focada na evolução de Nietzche acharia Kal-El uma ofensa gravíssima a toda raça humana.
Ponto 4: o super-homem de Nietzche tem que buscar a evolução, ser contra tudo que provoca o retrocesso e acreditar que o fim justifica os meios. Clark e seu respeito ao livre-arbítrio da humanidade está longe disso.
Ponto 5: o super-homem filosófico sabe que pode ser necessário o uso da força e do controle, sabe que suas capacidades o colocam acima dos demais.
Ponto 6: o super-homem de Nietzche ficaria furioso, se, tendo ele todo o entendimento do que é necessário fazer para que a humanidade atinja seu potencial máximo, de repente, cai do céu alguém com o poder de Kal-El, mas completamente avesso a suas teorias.
Espero eu você tenha anotado tudo, e revendo o que foi pensado chegue à mesma conclusão que eu. A dica mestre é: ele é careca.
Sim, o verdadeiro Super-homem de Nietzche é Lex Luthor. Ele é aquele que sabe que a evolução é necessária, que acredita nos fins acima dos meios, que se arrisca e se dispõe a cometer atrocidades pelo ideal de atingir mais e mais poder. Ele que se preparou para atingir seu potencial máximo e ele que teve de ver um homem como ele queria ser surgir e praticar o oposto ao que ele acredita.
Psicologicamente, sem Kal-El, Lex talvez não fosse um vilão, ou talvez fosse um grande líder de estado (mesmo que sob um regime totalitário). Eu gosto muito do Lex de “Entre A Foice E O Martelo”, pois ele representa bem esse super-homem filosófico.
Se Nietzche fosse um personagem de quadrinhos, com certeza absoluta, seu grande nêmesis seria o herói de capa, e não o cristianismo. Primeiro porque o cristianismo não existe nos quadrinhos, e segundo porque os heróis seriam a grande ameaça ao pensamento progressivo e evolutivo de sua ideologia. Se Nietzche existisse lá, ele estudaria em Gotham, onde há o único herói que não se abate com a presença do Super-Homem e busca de si mesmo atingir seu potencial máximo, ainda que peque pela qualidade moral e pela compaixão recalcada. Nietzche pode não estar lá, mas tem em Lex um defensor de suas ideologias. E na cabeceira de Luthor, embaixo dos óculos meia-lua para leitura, está um exemplar da primeira edição de “O Anti Cristo”, ou ainda “Assim Falou Zaratustra”.
Superman - Entre a Foice e o Martelo - Parte 1 (8.91Mb)
Superman - Entre a Foice e o Martelo - Parte 2 (9.4Mb)
Superman - Entre a Foice e o Martelo - Parte 3 (10.54Mb)
quinta-feira, 14 de maio de 2009
A inércia de ser pessimista
O Pessimismo é Excelente para os Inertes
O Pessimismo é uma teoria bem consoladora para os que sofrem, porque desindividualiza o sofrimento, alarga-o até o tornar uma lei universal, a lei própria da Vida; portanto lhe tira o carácter pungente de uma injustiça especial, cometida contra o sofredor por um Destino inimigo e faccioso! Realmente o nosso mal sobretudo nos amarga quando contemplamos ou imaginamos o bem do nosso vizinho - porque nos sentimos escolhidos e destacados para a Infelicidade, podendo, como ele, ter nascido para a Fortuna. Quem se queixaria de ser coxo - se toda a humanidade coxeasse? E quais não seriam os urros, e a furiosa revolta do homem envolto na neve e friagem e borrasca de um Inverno especial, organizado nos céus para o envolver a ele unicamente - enquanto em redor toda a humanidade se movesse na benignidade de uma Primavera? (...) O Pessimismo é excelente para os Inertes, porque lhes atenua o desgracioso delito da Inércia.
Eça de Queirós, in 'A Cidade e as Serras'